terça-feira, 4 de dezembro de 2012




Homonímia

Embora comum, a homonímia pode resultar danosa e ser responsabilizada pela grande quantidade de danos e malefícios, que se estendem dos mais prosaicos aos mais comprometedores.
Aqueles que ainda não se deram conta da gravidade do problema precisam, urgentemente, dedicar atenção redobrada a tudo o que for veiculado em seu nome, pois o autor pode não ser você.
Nos dias atuais, a falta de respeito, de ética e a impunidade que grassa solta em todos os níveis da sociedade, banalizados pelo advento da internet, que aceita tudo o que é postado, independentemente da veracidade ou não das informações veiculadas, vem solapando os valores morais de um povo que já foi educado, culto, condescendente, honesto, respeitoso e patriota, transformando-o no que vemos e sentimos, uma súcia de elementos marginais guindados aos mais altos postos da escala social, em todos os segmentos da comunidade, indistintamente.
Aprendi - ainda nos bancos escolares - lendo “A República” de Platão e posteriormente vivenciando diversas formas de organização política, das ditaduras ao pleno estado de direito, que a democracia é a mais igualitária das formas de governo, pois, nela:

“O direito de um indivíduo termina, aonde começa o direito do outro”.

Hoje, tenho as minhas dúvidas; Já não sei se lutei pela causa errada e a “democracia” não é o que um dia aprendi a admirar, ou vivemos em um engodo, uma ditadura do tipo:

 “Minha fia pode casá com quem quisé, des´que seja co José”.

Devido ao meu campo de atuação, indissoluvelmente ligado a intensa e necessária exposição social, venho sofrendo, direta e indiretamente, retaliações por atos, ações e posturas que - “democraticamente” - tenho o direito de ter, mas que são, quase sempre, devidas a homônimos, os quais como é do seu direito, expressam livremente as suas crenças e opiniões. Opiniões essas que vem causando certa animosidade, estranheza e até mesmo questionamentos de diversas ordens, por parte de pessoas ligadas ao meu meio.
Como artista, costumo pesquisar na internet possíveis citações do meu nome para saber da abrangência do meu trabalho, e o que tenho constatado:
1.      Nem sempre meu nome e o prenome vêm citados clara e corretamente. Ou são substituídos por abreviaturas, ou grafados incorretamente, ou o que é ainda pior, incluído na vala comum do “e outros”.
2.      O mesmo acontece com os respectivos homônimos, o que leva os leitores a não saber diferenciar “quem é quem”.
3.      A situação fica ainda mais complicada quando nos deparamos com nada menos que meia centena de homônimos, que, por incúria dos responsáveis pelas publicações, tornam-se parte integrante do problema que a todos nós confunde e incomoda.

Em vista disso e para dirimir qualquer dúvida a respeito, esclareço que:
·         Meu nome completo é: Sérgio Oliveira de Vasconcellos Corrêa.
·         O nome artístico que adoto é: Sérgio de Vasconcellos-Corrêa
·         Que as únicas formas abreviadas aceitáveis são:
                   “de Vasconcellos-Corrêa” e “S. de Vasconcellos-Corrêa

Observação:  O hífem que passei a usar no nome artístico objetiva evitar que se faça a separação do ramo familiar masculino que, desde a segunda geração (1770) se mantém duplo e imutável, sendo reforçado pela preposição “de” cuja presença denuncia tratar-se de uma só família. 
Logo a família “de Vasconcellos-Corrêa”.

Patriarca:    Joaquim Inácio Correia de Vasconcellos (c.1740)    pai de:
1ª geração: António Narciso de Vasconcellos Correia (1770)      pai de:
2ª geração: Guilherme Xavier de Vasconcellos Corrêa (1779)    pai de:
3ª geração: Guilherme Xavier de Vasconcellos Corrêa (1860)    pai de:
4ª geração: António Freire de Andrade de Vasconcellos Corrêa (1885) pai de:
5ª geração: José Guilherme Lage de Vasconcellos Corrêa (1910) meu pai                                                                                                           
6ª geração: Sérgio Oliveira de Vasconcellos Corrêa (1934)         pai de:
7ª geração: Paulo Sérgio Mazzucato de Vasconcellos Corrêa (1957) pai de:                 
8ª geração: Andy Villela de Vasconcellos Corrêa (1995)

Caso o leitor ainda se encontre entre aqueles que alimentam dúvidas sobre a identidade de alguém com o mesmo nome, aconselho que verifique:
1.    Os locais e datas de nascimento das personagens sobre as quais está em dúvida.
2.    As respectivas filiações
3.    Os nomes das(os) cônjuges.
4.    As profissões e as atividades desenvolvidas por elas.
5.    Outras.

Para provar que não sou nenhum dos “Sérgios de Vasconcellos” que podem ser encontrados na Internet ou em qualquer outro veículo de informação, além dos esclarecimentos já fornecidos acrescento:

Sou:
·   Professor Doutor em música e musicologia.
·   Compositor de Música Erudita, Membro Efetivo (eleito) da Academia
   Brasileira de Música (Cadeira nº 20).
·   Pianista.
·   Regente Coral e Diretor de Orquestra.
·   Jornalista (Folha de S. Paulo/Folha Ilustrada/O Estado de São Paulo)
   (com o pseudônimo de José Guilherme).
·   Escritor e poeta.
·   Folclorista.
·   Pintor.

Se encontrarem outros nomes parecidos com o meu, procurem saber de quem se trata. Na certa, não sou eu.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012



Por quê?

Não sou um blogueiro constante, como os amigos já puderam perceber.
Escrevo ao sabor do vento, principalmente quando o vento começa a me incomodar, e ultimamente, não sei se por rabugice, ou por me sentir traído em todas as causas que abracei, comecei a sentir vontade de colocar em letra de forma, as minhas discordâncias com o estado de descalabro que reina em nosso país.
Não vou me deter em assuntos políticos porque a política, hoje, dá nojo.
A saúde, a segurança, o ensino, o padrão de honestidade e a decência da maioria dos cidadãos brasileiros como tudo o mais que vemos e sentimos por aí, são de tirar o fôlego de qualquer um.
Para piorar a situação, o que irrita mesmo é a hipocrisia, o falso moralismo, a “cara de pau”, de muitos que se autoproclamam politicamente corretos e vem a público em defesa do indefensável.
Não vou perder tempo com as mazelas, que estamos cansados de ver e ouvir pela televisão, nem com as que são publicadas pelos jornais. Essas todos já se deram conta delas. Quero é chamar a atenção para as pequenas grandes coisas, que o correcorre diário não permite à maioria, parar para pensar.
Vou apenas citar, sem comentar. Deixo a ponderação para quem quiser pensar no assunto.
São perguntas para as quais gostaria de obter respostas.

POR QUÊ:
As emissoras de televisão, indistintamente, sentem o mórbido prazer de só mostrar desgraças?
POR QUÊ:
Na falta de infortúnios caseiros, vão procurar catástrofes e calamidades do outro lado do mundo?
POR QUÊ:
Ao anunciar provas automobilísticas, colocam sempre em destaque os acidentes que aconteceram em corridas anteriores?
POR QUÊ:
A fala padrão, da maioria dos apresentadores e atores, em qualquer programa, seja nas novelas, nos noticiários, programas de auditório, nos programas humorísticos e nos intervalos promocionais, é sempre aos berros?
POR QUÊ:
A maioria dos jornais, revistas e jornalistas, que corretamente se posicionam contra a censura, usarem dela, diariamente, deixando de noticiar fatos e notícias de indiscutível relevância cultural?
POR QUÊ:
Fazer pesquisas sobre: “a pena de morte”; “o maior dos brasileiros”; “a homofobia”; “o aborto”; “como melhorar o ensino”; “a saúde”; “a segurança” e tantas outras, se a formação sociocultural que oferecem ao povo é abaixo da crítica, ou seja, nula?
POR QUÊ:
Os jornais e revistas censuram, de modo descarado, o trabalho dos poetas, dos escritores, dos músicos eruditos, dos pintores e escultores, só lhes reservando espaço no obituário, ou então, para aqueles que, mesmo de qualidade inferior, venham apaniguados por patrocinadores?
POR QUÊ:
Os locutores, cronistas esportivos e comentaristas, como também as emissoras à qual pertencem, deixam perceber através das suas posturas qual o clube do “seu coração” usando de dois pesos e duas medidas?


POR QUÊ:
Esses mesmos senhores demonstram, publicamente, a sua falta de educação cívica, não fechando a matraca enquanto é executado o Hino Nacional?
POR QUÊ:
Tanta falta de compostura, de respeito, de educação e de ética, por parte de quem se diz defensor das liberdades individuais?

Alguém pode responder.  Sem sofismar?


sábado, 26 de maio de 2012

SERIA CÔMICO SE NÃO FOSSE TRÁGICO

Seria cômico se não fosse trágico. (24 de maio de 2012) No último dia 22 de maio (terça feira) fomos à Sala São Paulo para ouvir o pianista chinês Lang Lang, cuja carreira acompanhamos através de vídeos e gravações, o qual, a cada novo contato, mais e mais nos surpreende com a sua sensibilidade incomum e maestria técnica.

A comicidade fica por conta de, ao ler crítica estampada no O Estado de São Paulo sobre o artista, sermos levados a pensar que fomos ouvir outro pianista, em outra sala de concertos, em um lugar qualquer da nossa imaginação ou - o que é pior – que, como a grande maioria daqueles que o vem aplaudindo em todo o mundo, não passamos de idiotas, neófitos em música, nada mais do que seres ingênuos manipulados pela indústria cultural.

Do alto da sua postura auto-suficiente, o crítico estampa já no título da sua diatribe que: “Falta emoção a Lang Lang”, levando-nos a pensar que o escriba não sabe muito bem o significado da palavra “emoção”, ou seja: “Estado de ânimo despertado por sentimento estético”. É possível que a sensibilidade do crítico não tenha sido despertada pela arte de Lang Lang, com o que concordo, mas, daí a generalizar vai uma distância muito grande, e não se pode imaginar que o jornalista tenha a pretensão de querer dizer que a sua sensibilidade é mais aguçada do que a da grande maioria daqueles que admiram o jovem chinês, isso cheira a egocentrismo.

Ao mencionar a “interpretação” do pianista, lança mão de uma frase de Pablo Casals que, citada fora do contexto em que foi dita, pode levar o leitor a imaginar que o célebre violoncelista era outro débil mental igual a nós; não percebe que assim fazendo está revelando mais uma faceta da sua doentia megalomania. Já que aprecia tanto citações, porque não pensa nas palavras de Claude Debussy: “Música não é o que está escrito, mas o que está por traz do que está escrito”.

Na falta de argumentos sólidos recorre a comparações e convida o leitor a ouvir interpretações de outros pianistas, como se isso fosse o parâmetro correto de julgamento. Talvez o seja para o crítico, mas não para aqueles cujo bom senso se apóia exatamente na riqueza própria da diversidade.

Sei que não é fácil expor com palavras, conceitos abstratos - como é o caso da interpretação – por essa razão, sugiro ao senhor João Marcos Coelho que se disponha a exemplificar o seu conceito de interpretação, subindo ao palco de um teatro qualquer e oferecendo ao público a “sua” interpretação de cada uma das peças apresentadas pelo jovem pianista asiático, só assim poderemos aquilatar a pertinência das suas observações. Criticar é fácil, o difícil é realizar, com os mesmos recursos do criticado, aquilo que foi considerado inadequado.

Uma coisa não consigo compreender. Como pode um jornal como “O Estado de São Paulo”, que já teve em seu corpo editorial críticos de música do porte de um Caldeira Filho e após a aposentadoria deste, seu discípulo José Guilherme – por ele indicado – abrigar em seu seio jornalista preconceituoso que, como “dono absoluto da verdade”, deixa claro que a grande maioria dos que dele discorda não passa de “1,3 bilhão e trezentos milhões de pessoas e um universo de dezenas de milhões de aprendizes de pianistas – (não seria de piano?) . . . dispostos a incensar um engodo que: “pouco tem a ver com música”, ou seja, somos um bilhão, trezentos milhões de dezenas de milhões de aprendizes de pianistas” débeis mentais, sem sensibilidade e cultura à altura da sua sapiência. Faça-me o favor!!! Isso depõe contra o jornal e só serve para reforçar o conceito generalizado de que: Crítico nada mais é do que um artista que não deu certo. 

Sérgio de Vasconcellos-Corrêa

Vídeo do Lang Lang disponibilizado no YouTube

sábado, 14 de abril de 2012

"Eu te batizo com o nome de peixe"


“Eu te batizo com o nome de peixe”
(14 de abril de 2012)

       Tudo no Brasil acontece com tal rapidez que o hoje, não é mais hoje, é: anteontem. 
       As coisas se sucedem com tal velocidade que, quando nos damos conta delas, já era. 
       As lembranças do passado, antes vistas como algo para justificar a decrepitude, são agora, as válvulas de escape encontradas para procurar entender o que está acontecendo; Se é que dá para entender. O “saudosismo” entra aqui para mostrar que a pilantragem sempre existiu e que nós, os patetas, sempre a reverenciamos fazendo o sinal da cruz. Porque digo isso? Vou explicar:
       Já lá se vão oitenta anos, o pároco da igreja de uma cidadezinha do interior - acostumado a “visitar” o seu rebanho diariamente, um dia na casa de cada ovelha – ao chegar a Sexta-Feira Santa, chegou de supetão à residência de uma das suas fieis para almoçar. A fiel - que não era tão fiel assim - havia esquecido que a data não era propícia à carne vermelha e havia feito um apetitoso assado. À chegada do padre, constrangida e contrita, a “filha de Maria” não sabia o que dizer para se desculpar e, alegando mil razões, prontificou-se a fazer outro almoço, deixando a apetecível carne assada para o dia seguinte. O padre, condescendente, do alto da sua imaculada postura eclesiástica, não se fez de rogado e disse:

       - Minha filha, não se preocupe, eu resolvo a questão.

       E assim o fez, dirigiu-se à mesa, benzeu o assado e abençoou-o dizendo:

      - Eu te batizo com o nome de peixe.

      Embora não o pareça, esta história é verídica, aconteceu com uma das nossas avós.
      Conto-a aqui para mostrar que, em tempos idos, a malandragem também corria solta; os espertalhões aproveitavam-se da credulidade, da boa fé e da honestidade do “Zé Povinho” para tirar suas vantagens, no entanto, comparadas com as atuais, afiguram-se como “desonestidades inocentes”, se assim as podemos classificar.
      Hoje passados oitenta anos, “Pastores” enriquecem à custa da credulidade alheia; Políticos acima de qualquer suspeita são flagrados em situações espúrias, cometendo delitos que envergonham aqueles que neles confiaram; Pode um País que se diz “moderno”, com pretensão a “quinta potência mundial”, apoiar-se, como ainda o faz, em leis caducas da década de quarenta?; E os defensores dos “direitos humanos”, que hipocritamente só defendem os “diretos dos desumanos”, digo hipocritamente, porque não acredito que esses abnegados defensores dos pobres delinquentes - vítimas da sociedade - se disponham a adotar, por exemplo, um “estuprador”, levando-o para ser reeducado em sua casa, junto da sua mulher e filhas.
      Os desmandos em todas as esferas políticas da Nação chegaram a tal ponto, que o Senador Pedro Simon, pediu da tribuna, a ação efetiva das redes sociais (internet) para agirem em prol da decência política no país. A resposta a esse pedido, se não foi anterior à solicitação do ilustre Senador, serve para demonstrar que o raciocínio do ilustre homem público está correto.
        Eis na íntegra o E-Mail que recebi logo após ver e ouvir a sessão desta sexta-feira do Senado Federal:

Manifesto

       Peço a cada destinatário encaminhar este E-Mail para um mínimo de vinte pessoas da sua lista de endereços e, por sua vez, pedir a cada um deles que faça o mesmo. Em três dias a maioria das pessoas no Brasil terá esta mensagem.

Lei de Reforma do Congresso de 2012 (Emenda da Constituição do Brasil)

1. O Congressista receberá salário somente durante o mandato e não terá direito a aposentadoria     diferenciada em decorrência dele.

2. O Congresso passa a contribuir para o INSS. Todo o fundo (passado, presente e futuro) de aposentadoria do Congresso passará para o regime do INSS e o Congressista passa a participar dos benefícios dentro do regime, exatamente como todos os brasileiros. O Fundo não poderá ser usado para qualquer outra finalidade.

3. O Congressista deve pagar o seu plano de aposentadoria, do mesmo modo que todos os brasileiros.

4. O Congresso deixa de votar o seu próprio aumento de salário, que será objeto de plebiscito.

5. O Congressista perde o seu seguro atual de saúde e participa do mesmo sistema de saúde do povo brasileiro.

6. O Congressista esta sujeito às mesmas Leis vigentes para o povo brasileiro.

7. Servir no Congresso é uma HONRA, não uma carreira. Todos os parlamentares terão direito a um mandato e a uma recondução, caso sejam reeleitos, findos os quais, devem voltar a vida de cidadãos comuns.

8. Em todas as instâncias os votos serão obrigatoriamente abertos, permitindo aos eleitores fiscalizar o real desempenho dos Congressistas.

9. Serão permitidos apenas TRÊS partidos políticos, acabando de vez com os conchavos proporcionados pelos partidos nanicos.

10. Político comprovadamente corrupto perderá o direito, para sempre, de continuar na vida pública.

11.Outras sugestões poderão ser juntadas a estas, para demonstrar que não precisamos de quem nos represente, que sabemos o que queremos e o que não queremos, para o bem da nossa Pátria.

    É chegada a hora da mobilização geral para acabar com a impunidade dos corruptos eleitos. Só mobilizados poderemos consertar o Congresso. Se estiver de acordo participe e sugira novas medidas.
       O autor do E-mail, ao pedir que o mesmo seja enviado a outras vinte pessoas, o faz no sentido de não deixar que a ideia se perca no vazio.
       As sugestões são singelas? Sim, sem dúvida, mas é assim que se começa.
       Pense comigo: Existem indivíduos justos e injustos; Honestos e desonestos; Corruptos e incorruptíveis. Não cabe na cabeça de ninguém que se possa encontrar alguém “mais ou menos, justo” e “mais ou menos, honesto” ou “mais ou menos, corrupto”. Do mesmo modo é inconcebível pensar que existam os “mais ou menos patriotas”. Ou se é patriota ou não se é. Assim sendo conclamo, aqueles que são visceralmente brasileiros, que sigam a sugestão do Senador Pedro Simon, e ajam como o amigo que me enviou o citado E-mail para que possamos, no menor espaço de tempo possível, viver em um país que nos orgulhe de aqui havermos nascido.

domingo, 8 de abril de 2012

Manifestem-se os que são do ramo




Sinceramente, um dos campos que eu gostaria de dominar, ou pelo menos, ter a formação necessária para poder abordar e discorrer é o da psicologia e da psicanálise, no entanto, apesar da atração que sinto pela área, sei que não devo me atrever a julgar atitudes e comportamentos que estão além da minha compreensão. Assim, só me resta, fazer constatações, expor atitudes compatíveis e incompatíveis com a minha maneira de pensar e deixar aos profissionais a palavra final sobre o assunto que vou abordar. Sei, por exemplo, que é dado o nome de “complexo de inferioridade”, a sensação de que se é “inferior” - em algum aspecto - a alguém e que esse “sentimento imaginário” geralmente é inconsciente. No geral, o indivíduo que o possui é levado a querer demonstrar “superioridade” através de posturas que acabam por reforçar ainda mais as falsas idéias que habitam o seu subconsciente sobre a importância, a qualidade e o valor que tem - ou julga ter - configurando uma fuga deliberada do que julga ser o seu “status quo”. Acontece que esse “complexo de inferioridade” assume proporções mais preocupantes quando deixa de ser individual para tornar-se coletivo. É o que alguns consideram como “inferioridade cultural”. Esse complexo não nasce do nada, ele se intensifica aos poucos, por meio de insinuações, comparações - pertinentes ou não – e endeusamentos que acabam por levar a objetivos subjetivos que acabam por reforçar, ainda mais, o grau de negativismo, responsável pelo sentimento de inferioridade. Algumas causas podem ser facilmente apontadas, tais como: o costume arraigado de alguns pais, que usam a “comparação” para ensinar aos filhos o que é “certo” e o que é “errado”, atribuindo aos seus uma das duas posturas; Os preconceitos de ordem social relacionada à supremacia “intelectual”, “religiosa”, “racial”, “sexual” e até mesmo “econômica” de um povo sobre os demais; A “necessidade de auto-afirmação”, que procura na aceitação alheia os louros que venham coroar o seu egocêntrico “complexo de superioridade”. Essas idéias me vêm à cabeça quando começo a comparar o que nós, brasileiros, dizemos e fazemos, vejamos: Houve um plebiscito para escolher qual o regime político da nossa preferência. Rejeitamos a “Monarquia”, no entanto, somos REIS em tudo. Rei Momo; Rei da Voz; Rei Pelé; Rei Roberto Carlos; Rei do Baião; As Escolas de Samba são verdadeiras cortes; Império Serrano, Império do Papagaio (que desfilou em Helsinque na Suécia em 2004), Império do Povo (Macapá), Imperatriz Leopoldinense e outras. Não nos contentamos em “ser bons”, somos sempre “Os Maiores”. . . “do Mundo”. Em outros aspectos, a grande maioria se diz orgulhosa de ser “brasileira”, no entanto não respeita o BRASIL. Um dos símbolos mais representativos que temos é o nosso HINO NACIONAL, que dizem ser difícil - por ser muito longo e por ter muitas palavras incompreensíveis - no entanto sabem de cor qualquer letra, de qualquer música, em idiomas que não conhecem e cujo significado desconhecem. O pior, não o respeitam - por gestos e atitudes - quando é apresentado e vejam, não estou me referindo apenas ao povo, mas, também aos que o dirigem. Se fosse obrigatório saber cantá-lo para tomar posse em cargos públicos, do mais simples funcionário ao presidente da República, teríamos vagas sobrando. Analisando esses fatos - que são uma constante entre nós - sem pretender estabelecer quaisquer confrontos ou comparações, mas, apenas citar realizações recentes, chamo à atenção do leitor para que reflita sobre o tema deste artigo. • A Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí, sob a direção do Maestro alemão Felix Krieger apresentou, no Teatro “Coliseu”, em Santos, um concerto inteiramente dedicado à música alemã, com obras de Christoph Willibald Gluck, Georg Friederich Handel e Wofgang Amadeus Mozart. As três obras fazem parte do projeto pedagógico-artístico “Música Orquestral Alemã” de estímulo a jovens talentos brasileiros, revelados pelo Conservatório de Tatuí. O Projeto reverencia o compositor e pianista santista José Antonio de Almeida Prado. Seria cômico se não fosse deprimente. Não pensem que vou recriminar o Maestro Felix Krieger, muito pelo contrário, o jovem artista demonstrou exatamente o que lhe competia fazer, apresentar os autores da sua terra, que hoje, devido a outros como ele, são compositores do mundo. Ninguém em sã consciência pode deixar de reconhecer o valor da música e dos músicos alemães, do passado e do presente. Nada a censurar, também, quanto ao fato da Prefeitura de Santos abrir as portas do seu belíssimo Teatro “Coliseu” para acolher os visitantes e oferecer música de qualidade aos seus munícipes. O que causa estranheza é a nota do jornal “A Tribuna” - Evidentemente não culpo o jornal, se a alguém cabe culpa é ao redator - Geralmente o que se vê? Quando se trata de autores brasileiros, economia de letras para poupar espaço; Villa-Lobos; Mignone; Guarnieri; Gnatalli; Santoro, apenas os nomes de família. Aos estrangeiros pelo contrário, só falta agregar títulos e apelidos. Agora, o fato de o repertório fazer parte de um “Projeto Artístico-Pedagógico” direcionado à “Música Orquestral Alemã”, de “Estímulo a jovens talentos brasileiros, revelados pelo Conservatório de Tatuí”, é bastante sintomático. Não seria mais pertinente um projeto direcionado à “Música Orquestral Brasileira” que permitisse aos jovens interpretes (instrumentistas e regentes) do país, conhecer e apreciar a música dos compositores brasileiros? No entanto, o absurdo dos absurdos é constatar que o projeto diz reverenciar um autor brasileiro – José Antonio Rezende de Almeida Prado – sem, no entanto, apresentar nenhuma obra do talentoso e inesquecível compositor santista. Isso, para mim, configura um acinte à memória do artista e a todos os compositores brasileiros. Tenho a certeza, absoluta, que já estou sendo criticado, pois, no Brasil, aquele que propugna por maior visibilidade para os seus artistas é acoimado de xenófobo, enquanto o estrangeiro é patriota. Mas, não pensem que este foi o único caso da semana, não, a TV Cultura de São Paulo, apresentou no final da semana, um belíssimo recital do extraordinário Nelson Freire, gravado no Festival de Verbier (Suíça - 2007) no qual o pianista apresentou obras de Bach, Beethoven, Debussy, Albeniz e Schumann. Vendo isso, como não louvar a atitude do jovem pianista chinês Lang Lang, que ao fazer a sua estréia no Carnegie Hall (NY) apresentou, na primeira parte do programa, obras de: Schumann, Haydn, Schubert e na segunda, vestido a caráter - como chinês que é - obras de seu conterrâneo, Dun Tan, além de uma extraordinária peça folclórica, em duo com seu pai Guo-Ren Lang executando um instrumento típico chinês. Vamos pensar juntos: Sofremos ou não do “complexo de inferioridade”? Vamos, ou não, lutar pela construção da nossa identidade cultural? Manifestem-se os que são do ramo.

sábado, 31 de março de 2012

DEI UM NÓ NO CÉREBRO


DEI   UM   NÓ   NO   CÉREBRO
(29-03-2012)

De poucos anos pra cá, venho acumulando dúvidas e incertezas, no mínimo preocupantes.
São dúvidas, sobre o que aprendi como: o que é CERTO, e o que é ERRADO.
Incertezas, sobre o que me ensinaram ser: o JUSTO e o INJUSTO.
Preocupantes, porque o CERTO não é mais CERTO, o CERTO agora é o ERRADO e o JUSTO, INJUSTO ficou.
A preocupação vem, exatamente, do fato de que tudo o que é INJUSTO é aceito tranquilamente, como JUSTO.
Já não sei se opinar é CERTO ou ERRADO. Tenho a impressão que é ERRADO, pois, antes era CERTO.
Tenho medo de clamar por JUSTIÇA e . . . Acabar INJUSTIÇADO.   
Sempre ouvi dizer que “A justiça é cega”. Acho que começo a entender por que.
Passei minha vida ensinando, CERTO; ERRADO.
Hoje tenho dúvidas sobre, se tudo o que preguei estava ERRADO ou CERTO.
Nunca emiti opiniões em assuntos que não sabia, por estar convicto de que não era JUSTO. Hoje, qualquer ignorante, mesmo sem saber por que o faz, emite pareceres e clama por JUSTIÇA.
Ouço dizer, constantemente, que o nível de aprendizado dos alunos da rede pública é fraco – CERTO - e os que o afirmam apontam soluções CERTAS. ERRADO.
Sempre soube que aos educadores cabe educar – CERTO - e que são eles que ditam as normas do ensino - ERRADO. São os técnicos de gabinete que, na sua crassa ignorância, confundem EDUCAR com ENSINAR. Para eles as disciplinas ESSENCIAIS são o CERTO e as demais, as SUPÉRFLUAS, o ERRADO. Será isso JUSTO ou INJUSTO?
A grande maioria acha que cabe à escola “ensinar”, o que é CERTO, no entanto, essa mesma maioria rebela-se quando as crianças são “ensinadas” a fazer o que não fazem em casa, ou seja, limpar o que sujaram, seria o CERTO, mas dizem que é ERRADO.
Quando um professor é agredido, física e moralmente pelos alunos, não lhe resta alternativa a não ser, deixar-se espezinhar, para não ser admoestado e punido, CERTO? Se tomar atitudes como: enviar o aluno à direção da escola para que a mesma possa tomar as medidas corretivas cabíveis, convenientes e educativas como deveria acontecer, está sujeito a ser demitido, processado, exonerado – ERRADO - o CERTO é ficar de bico calado para não sofrer sanções.
Um árbitro de futebol pode “expulsar” técnico e jogadores que não se portem de maneira conveniente, CERTO? No entanto se o professor tomar essa atitude, o “expulso” será ele, ERRADO? Não, a hipocrisia que reina entre nós diz que isso está CERTO.
Está na moda denunciar a violência física ou psicológica sobre, ou entre os alunos, a qual recebe o nome importado de “Bullying”, CERTO? E quando essa violência é direcionada pelos alunos contra professores, ou entre os professores “efetivos” contra os “eventuais” que nome recebe?“Intimidating”? Sabemos que muitos jovens chegaram ao suicídio devido a essa prática perniciosa e quantos professores estão aposentados pelo Departamento Médico dos Estados devido ao “Intimidating”, ou abandonaram o magistério ocasionando a falta de qualidade e quantidade de que hoje nos ressentimos? O que é CERTO e o que é ERRADO. Por favor, aquele que souber dizer, com JUSTEZA, o que CERTO e o que é ERRADO, que venha em meu socorro. Não acho JUSTO ficar dando “tratos à bola” sem saber por que os JUSTOS estão sempre ERRADOS e os INJUSTOS, CERTOS, ou os CERTOS estão CERTOS quando estão ERRADOS e os JUSTOS são INJUSTOS quando se dizem JUSTOS. Socorro. Acho que estou sendo vítima de “Bullying”, ou será “Intimidating”, “Intimidating”, ou “Bullying”. Qual é o CERTO? Qual é o ERRADO?. É JUSTO fazer isso com um velho professor?

segunda-feira, 26 de março de 2012

Para ser Professor é preciso . . . Boa Sorte

Ah! O velho Professor Raymundo.
O Salário do Professor hó ...... R$%%%%%%%%%%%
Pois é!
Eu havia chegado à conclusão que o melhor seria pendurar as chuteiras.
Tentei. No entanto, ao fazer as contas; ao perceber que joguei fora os melhores anos da minha vida tentando colaborar, no sentido de deixar um Brasil melhor para os meus filhos, netos e agora bisnetos; que dei socos em ponta de faca, para ter orgulho do meu país, o que vejo?
Um povo bruto, mal educado, perverso. Orgulhoso de ser corrupto. Desrespeitoso; Agressivo; Antiético; Grosseiro; Inculto; Separatista . . . Sim, Separatista, pois a maioria não se diz Brasileiro e sim

Afrodescendente
Amazonense
Carioca
Catarinense
Gaúcho
Mineiro
Nordestino
Paranaense
Paulista
Quilombola

Um povo que Mata; Rouba; Grita; Afronta; Corrompe e Ofende, sempre com um sorriso nos lábios.
Um povo que não respeita idade, hierarquia, sabedoria é um povo que não se respeita. É um povo que não pensa que amanhã – se não for morto antes - também terá idade. Se for íntegro e trabalhador poderá vir a ser, hierarquicamente, respeitável e se estudar, consequentemente terá toda a probabilidade de se tornar mais sábio que a maioria.
Passei minha vida em salas de aula, respeitando para ser respeitado, tendo na mente o exemplo japonês que permite apenas ao Professor, o não inclinar-se perante o Imperador, pelo simples fato de que, sem o Professor não haveria o Imperador. No entanto, o que vemos por aqui? O desrespeito total. Não só os alunos vilipendiam os educadores como também os governantes o fazem.
Acredito que não seja necessário dizer que sempre fui um incondicional admirador do Senador Paulo Paim que, há anos, vem apresentando projetos para tornar minimamente respeitável a atividade dos mestres. Sabemos que o Senador é do partido do Governo e o que sempre vi? Os “líderes” do próprio governo, fazendo pressão para que os partidos que o apóiam rejeitem os projetos do Senador. Entra ano, sai ano e a mesmice continua. Respeito demais o Senador para não pensar em uma plataforma eleitoral e então surgem as perguntas? Porque o Senador continua nessa legenda? A rejeição constante aos seus projetos não é uma atenuante à infidelidade partidária? Até quando os Senhores Senadores vão persistir na atitude mesquinha de negar aos Mestres – acredito que, em um passado não tão remoto já os tiveram, até porque os Imperadores os tiveram – como dizia: negar aos Mestres, um respaldo, que mais do que um direito configura um sinal de respeito a quem fez deles o que hoje são.
Apenas a título de sugestão, conclamo a todos os políticos deste País, que traz na bandeira o dístico “Ordem e Progresso”, que desçam dos seus palanques, esqueçam por uma hora dos privilégios que desfrutam e se encaminhem a uma escola qualquer, entrem em uma sala de aulas e sem dizer quem são, apresentando-se apenas como professores, tentem ensinar alguma coisa. 
Boa sorte.